terça-feira, 10 de março de 2009

DIREITO DE SONHAR

Tem coisas que não se abrem às machadadas
Nem à paixão, muito menos à convivência.
É assim: chega-se num horto, depois do sereno...
Tem uma falena morta depois de voar a noite toda,
Um casulo, um graveto em pé, uma pétala em forma de coração.
E você vê que a civilização não é natural,
Que a natureza não é civilizada
E a terra recebe o trabalho humano através do olhar.

Nestes castelos de devaneio, tudo é sólido como promessas.
Tudo é simples como o sol da manhã.
São projetos!
É seu olhar que ilumina o mundo,
O seu projeto ali naquele instante.

Você tem o direito de sonhar
Depois de ter nascido em lugar errado,
De ter sido amado errado, por gente errada, nas horas erradas
Com promessas vazias de humanidades, sem sentido gratuito...
Você tem direito de sonhar mesmo estando tudo errado!

Gratuitamente coloco coisas em primeiro lugar
Sem qualquer ligação com o sofrimento.
Será gratuitamente? Porque fujo?
Ou porque devo achar-me fora de minhas contingências?
Vamos nos achar no amor, sem interesse nenhum de nada!

Agora, por que temos direito de sonhar, me pergunto?
Porque ninguém esquece de sorrir.
Ou esquece?

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