terça-feira, 11 de agosto de 2009

Denotação

A composição do teu sentido condenatório resplandece o emissário:
“Imperioso regente, haverá na floresta de filos cousa a exaltar-se?”
Sépala e clandestina! Meu melindre paratônico,
Obstante, ávido e inacabado.

Seu semblante deixa transparecer o afã atormentador,
Acalanta vaporosos desejos incitos,
Catedrático vitral repleto de caracteres de variados matizes.
Impugno a inquietação mental que assombra as vagonetas da alma.

Tatiana Comitte

A louca

Na ponta da língua conheço o sal das gotas lacrimais,
Remorsos a fender o brio do órgão de saraiva,
Poça de lama evaporando erotismo carmesim,
Hipódromo de nódoa com aroma dominante.

De convicção ilusória, todavia, de pulso acelerado,
Nevoeiro de mácula veloz a transitar.
Açulado dissipa o selo da tormenta,
Oferecendo, como dádiva, flores no almejar da paixão.

O mover do manto das viúvas transpõe.
Harmoniosamente, transborda a peça vaginal,
E os que, estando, provam da cilada genérica e estâmica.

E entre a confusão o molde fúnebre limita, a louca
Complacente ao alheio prazer endiabrado,
No folguedo sem fim da pandega rasgada.

Tatiana Comitte

Sinônimos

Somáticos da terceira constelação: desoprimidos
Cocheiros de cometas galopantes, compreendemos servos
Conexos a êxitos
Seres em evolução eloqüente a bailar no éter.
Canônicos fomos, grávidos
E na estação de gelo lamurias de esmeralda.

Imóveis locomotivas sem roteiros
Impulsos orgânicos, sofreguidão,
Inquéritos dilacerados á espera de guarida
e análogo ao tempo dissipado,
expor-se a patuscada,
como orifícios terrestres a cuspir vivacidade.

Determinados, celebraremos o solistico
a fim de esparzir lóbulos botânicos,
confeccionaremos preceitos soberanos aos delitos,
que serão ninhos de deliciosos enganos,
embora o despeito, pesar melindre!
Edificaremos templos de imortalidade.

Tatiana Comitte

Incognitivo poeta

Acalantado e absorto ignoro tua latitude.
Amativamente mantenho obscura
Tua elipse de estrangeiro.

Às planícies despejas alocução,
Como se fosse um trinado de ondas a desfilar
Desafiando a quem saiba acometê-lo.

Reservaste a ti o letreiro de poeta.
Seguindo um fandango valsado
Iniciado nos seios de Morgana.

Sobre ti pousarei ímpias fantasias,
Derramarei, com afetação, láctea essência.
Amiúde, convidarei à comunhão secreta.

Tatiana Comitte

Re - reconto

Quantas vezes terei que remover os atavios de guerra
E ajoelhar perante a ti, inderrotável criatura?
Para alcançar o ávido, escodear,
Quantas espadas será preciso?

Usarei meu filo maquiavélico conciso tirado da algibeira
E novamente edificarei a enseada
Antes de curvar a soberba de variados botões estéreis.
Que me faz emitir lutoso sorriso.

Há quem jamais tenha moinhos como memória,
E não tenha cenho forjado por injúrias,
Sempre a martelar o sentir e a fronte em cólera.

Resta apenas a íntima apreciação a tal esmeralda!
É que o pesar, a pairar qual há pouco vindo,
Anseios serão flores a se despertar.

Tatiana Comitte

GARGANTEAR

Pobre moça!?
Punir-te a carne com tua própria pimenta!
Magoou teu peito já ferido pelas madrugadas que se entregas-te e nada recebeste em troca. Procura maneiras de tapar teu flanco assustado?
Larga e funda ferida.
Pena, cavaste sozinha esse abismo,
Agora cabe a ti jogar-se dele.

Tatiana Comitte