domingo, 18 de dezembro de 2011









REXISTÊNCIA

Neste âmbito de cintilância musical,
as borboletas se esgueiram pelas falas
como se crisálidas de palavras gerassem
sentidos inexistentes, sem parentesco
nem mesmo com as almas longevas sem voz.

A ancestralidade conduz os retalhos à porta
deste reino sem correspondência com a vida
que levaram todas as gerações desde sempre.

Quer chegar de um modo ou de outro a isto
ou àquilo?
As aparências de tudo o que quis o humano
expiram na imanência, diluem-se sem provas.

Quer fender os sólidos, reter os visgos, reverter
a explosão dos ígneos destaques? Irrelevância!

Sob a pele não há mais carne, nem sob ossos alma.
Não há mais pele, não há mais ossos, nem sombras.

O passado, como ser vivo, se lembra de si decomposto.
Nem as hipóteses de um dia ter existido memória são
mais longínquas. O vazio se aposentou do tempo...
O tempo se aposentou de fabricar intervalos e vazios.

Mesmo assim, eu persisto, tu resistes, nós existimos!

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