domingo, 18 de dezembro de 2011









BÁSCULA

Enquanto os séculos se contorcem
em camas elásticas estiradas acima dos pântanos,
Lobos lambem os lábios de uma deusa entupida
de mitos, de muitos anjos engasgados,
rescendendo a sândalo e a mijo de musas.

A esta altura os estereótipos não são mais corriqueiros
pelo efeito da divisão dos corpos - a praga futura.
Famílias de bardos, no mínimo que se pode dizer
insentatos...
criam novos modelos arraigados em randômicas distensões
dos discursos de velhos sábios desalmados
que a história resumiu em pedras esponjosas
banhadas pela chuva ácida e pelo mar sulfuroso.

Talentos individuais!! Ah, que morte mais instântanea
engoliu-os no crepúsculo dos deuses histéricos!!
Revolta, conflito, heterolutas e homodestruições
acabaram de vez com as diligências de antanho.

Mitos, musas, mágicas do orvalho...uma sílfide
sobrou do desabamento, detonada, com a maquiagem
de espuma preservada do afogamento
depois dos canos estourados dos arranha-céus.

Não é o caos!! Não é o cosmos!! Não é marca
da devastação que mina a nossa rapsódia.
É o mantra que, sem saída, dois pobres diabos
entoaram para salvar a única peça humana
que sobrou do último olhar entre eles.

Por uma báscula, ela viu que o mundo já estava
cego.

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