domingo, 18 de dezembro de 2011
ATO DE AMAR
Todo afeto é comprometido.
Promessa a dois de receber o contido
naquela bagagem de tantas desfeitas,
de tantos ideais interestelares,
desculpas aceitas, dores descontinuadas...
Todo afeto já é o fim de uma aposta
uma vez que a sorte nele foi lançada,
e os vetos rompidos e pelo menos uma porta
aberta.
Quem pode questionar a quietude e a usura
de amor?
Mas questionar é um ato de identificação in natura.
É preciso mais do que questionar:
interpelar o coração inibido, por sua abertura.
E indagá-lo sobre a dormência, o sono injusto.
Demandar, diligenciar, para que se desnude.
Que esta investidura não lhe cabe como veste!
O mandato de um coração severo é usurpação
de um futuro ato de amar.
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