domingo, 18 de dezembro de 2011









O REMO

Desde o início foi assim
quando te chamei para uma viagem:
vc com as suas imagens
eu com as minhas palavras
vc com as suas margens
eu com as minhas águas
vc com suas jardinagens
eu com minhas flores
vc com os seus vestidos
eu com a carruagem
vc com seus desejos
eu insistindo na viagem
vc com suas aulas
eu aprendizagem
vc com seus medos
eu com minha coragem
vc com seu traje de camponesa
eu com minha nudez de poeta
vc com cuidado
eu com homenagens
vc com lições na bagagem
eu aprendendo a mulher selvagem
mágicos e ágeis
fortes e frágeis
sem imagens, hábeis
sem palavras, hábeis
sem tê-la aqui, sábia
grava no coração a tatuagem
que eu queria no camafeu
paixão escrava, voragem
lábios amarrados aos meus
deslizam, se soltam
canoa instável
sem meu remo
vc na outra margem
eu aceno.

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