domingo, 18 de dezembro de 2011









HONRA

Decida se a honra ficará sob uma máscara
de orvalho ou de pedras caras que oneram
o seu estilo mais trabalhado de pensar.

Decida pela descida às minas de humanidade
que estão a esperar pela firmeza telúrica
abandonada lá trás na delação premiada...

Quando entregou a inocência aos órfãos
de honra e recebeu em troca os vinhedos
ignorando seu certificado nos rótulos.

Decida se a honra lhe onera ou opera
em você a maior transmutação possível
que é voltar ao estado natural de ser.

A taça do triunfo será desembriagar-se,
despertar nua e crua e de olhos abertos
para a honra não sua nem a de cadernos...

Existir pra fora, de onde partem os afetos.
O seu lugar e a sua honra são a chance
de recriar numa estrela o amor mais perto.

Decida se honra é brigar por uma desonra
sofrida ao pé do leito de morte de alguém
que passou a vida a jogar sua vida fora.

Ou se honra é prosseguir agora, na raça,
levando consigo não mais que suas mãos
desarmadas e um cinto de caridade e graça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário