domingo, 18 de dezembro de 2011

A DAMA DOS PÉS DE TOURO

Postada defronte à imaginação,
postada nas artes das esferas digitais,
por tanto ser ciente de sua dor,
Dona Sol afasta-se desse mundo-cão
crendo-se diabólica no maravilhamento.

Terríveis luas dançam no ar...
A subida para o alto é complexa:
a Dama, no extremo do fantástico,
vê fendidos os pés num hibridismo
de quem tem animais no sangue.

Temor ancorado na selvageria solitária
eleva a tensão mansa
a uma gama de mundos ficcionais.
Apesar das festas, tem saudade do interdito,
da transgressão revolucionária dos ritos.

Seu dom de privilégio é ter pata de touro
e o critério venusiano a faz perceber indícios
de Terra no cósmico aparecer do caos.
Seguindo o percurso inverso do encontrar,
rompe, já incandescente, o azul da atmosfera.

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