sábado, 11 de abril de 2009


MULHER-SINTOMA

Ela caminha, impoluta. Ela enfrenta, indefesa. Ela impõe, devoradora. Ela matiza, preto no branco. Ela pega no tranco. Ela intercala, rumorosa. Ela perde a conta, numerosa. Ela seduz a resposta dando um novo nome à rosa. Ela contraria, voluntária. Ela é o leite, antes da glândula mamária. Ela desencaminha, indecisa. Ela esquenta, sem bateria. Ela leva pra quem não trouxe. Ela houve por onde, insaciável. Ela brilha, sem espelho. Ela arranca os pentelhos, inflamável. Ela não é, mesmo que fosse. Ela silencia, pra que eu ouça. Ela faz, insatisfeita. Ela não jaz, quando deita. Ela caminha pra luta. Ela enfrenta a zorra. Ela está em paz, porque se ajeita. Ela soma, Sodoma. Ela é sintoma, Gomorra. Ela se salva, se der. E quem puder a socorra!

Nenhum comentário:

Postar um comentário