CORDEL DA LUA EM GÊMEOS
Ai, ai, ai, como penso em você!
Que perigoso frêmito que ecoa!
Quando só pensamos na pessoa
distraímo-nos dos vetos
e da vera relação possível.
Arte da lua em gêmeos,
aspecto da falação do afeto
(nos silêncios que o plano é tecido).
Paixão é burburinho,
é rumor de um canarinho
que não cansa de cantar,
que não deixa decantar.
Ai, ai, ai, como penso em você!
Que perigoso frêmito que ecoa!
Quando só pensamos na pessoa
distraímo-nos dos vetos
e da vera relação possível.
Arte da lua em gêmeos,
aspecto da falação do afeto
(nos silêncios que o plano é tecido).
Paixão é burburinho,
é rumor de um canarinho
que não cansa de cantar,
que não deixa decantar.
Mas a vida, tão cansativa,
precisa, nas tratativas,
de um comando perfeito
para juntar o encanto ao defeito
que é de todas a melhor prerrogativa
de quem não quer ser logo descartado.
Porque o defeito também encanta
quando apurado na bateia do amor.
Mas como perceber o que a Natureza fez malfeito
se, na apnéia do espanto, não há censor nem censura,
precisa, nas tratativas,
de um comando perfeito
para juntar o encanto ao defeito
que é de todas a melhor prerrogativa
de quem não quer ser logo descartado.
Porque o defeito também encanta
quando apurado na bateia do amor.
Mas como perceber o que a Natureza fez malfeito
se, na apnéia do espanto, não há censor nem censura,
se se olha, entre juras, desvanecido para a beleza
(sedutora parte de tudo o que acaba),
(sedutora parte de tudo o que acaba),
desligada de tudo o que desaba
(do cicio dos avisos, da efêmera ribalta),
(do cicio dos avisos, da efêmera ribalta),
deslizada na bába do momento
em que se dá o sentimento
de ter encontrado a natureza que falta
ao que se pensou de você.
em que se dá o sentimento
de ter encontrado a natureza que falta
ao que se pensou de você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário