sábado, 20 de fevereiro de 2010


FADAS DE JULHO


A vida se encolhe
No fundo da noite
Diante do mar escuro,
Conchas fazendo barulho.

A quantas anda a Terra pequena
Que avistamos com a lupa?
Fadas de julho,
Do nada surgem as Anas.

De almas doces, amenas,
Na garupa das ondas,
Uma a cabana da outra,
Como pérolas em casulos.

Tão difícil é viver!
Que ninguém se esconda,
Que ninguém se encolha.
Sejam verão neste inverno!

Sol trincando o chão de folhas,
De azul-eterno é este apego.
Tudo tão pequeno, tão extremo,
Mas nada nos tira daqui.

De que vale isto mesmo?
Talvez seja como um prêmio
A procura obscura
Do amor que não vemos.



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