sábado, 20 de fevereiro de 2010



ESCUTA
para Tatiana

Menino, se você me ouve,
Tira a prova dos nove:
Qual é o tamanho do desejo?

Menino, você já nasceu
Neste ventre verde ou
Nasce enquanto vivo?

Sua pequenina proporção
Me faz viajar pra fora
De todos os distúrbios.

Quando estiver sentindo
Os pensamentos de água
Estaremos mais perto...

Próximos de um lugar melhor
De um coração de pássaro,
Das asas de quem te desejou.

Menino, que saudade de você,
E da sua inexistência teimosa.
Por que o mundo não te chama?

Desencarno meu otimismo
Do corpo torturado.
Descolo minha alegria da pele renegada.

Desgrudo minha força
Do sangue despejado
Sem a vinda de sua vida.
Se me ouve, pisque uma luz.
Ah, eu já te vejo...
De fato você é um farol!

Será bom quando ouvir
O mundo clamando por ações.
E ele já te chama por mim.

Vamos morar no ventre da mata.
Vamos construir uma sede nova
Para os rios e as cachoeiras.

Vamos ter sede de solidariedade
Junto de muitas mães como a sua.
Depois comer o pão da generosidade.

Fique por enquanto sereno.
Já já ligaremos os corações,
E sairemos amando pelo pasto.






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